Exposição em Brasília celebra os 70 anos de Caio Fernando Abreu

Entre os dias 13 de setembro e 27 de outubro, o Museu Nacional da República, na capital federal, recebe a exposição “Caio Fernando Abreu - Doces Memórias”, que traz o universo plural e poético em que viveu o escritor. A partir de experiências sensoriais e recortes de sua trajetória, a exposição oferece ao espectador a oportunidade inédita de rever, ouvir e sentir sua obra de maneira peculiar, vinte e dois anos após a morte do autor, que completaria 70 anos neste dia 12 de setembro.

Caio Fernando Abreu - Doces Memórias - Imagem: Felipe Delangelo/Divulgação

"Comemorar os setenta anos de Caio Fernando Abreu com uma exposição em Brasília é uma alegria, já que sua literatura dialoga com tantos leitores. É a potência do texto dele que torna isto possível", conta a pesquisadora Lara Souto Santana, curadora da exposição em parceria com as irmãs do autor, Márcia de Abreu Jacintho e Cláudia de Abreu Cabral.

O fio condutor da exposição é a palavra de Caio Fernando Abreu inserida em suas principais referências: música, cinema, literatura, astrologia e arte. Trechos de sua obra se casam a cenários que recriam os espaços onde viveu, e seu local de trabalho. Cartas, manuscritos e documentos da sua vida pessoal e profissional foram emprestados pela família do autor e pelo acervo do Delfos - Espaço de Documentação e Memória Cultural (PUC-RS) para dar ao visitante a chance de conhecer originais acessíveis apenas a pesquisadores. A inseparável máquina de escrever, que apelidou de "Virginia Woolf", e o laptop "Robocop” completam a ambientação intimista.

"Robocop" e "Virginia Woolf" - Imagem: Felipe Delangelo/Divulgação

Caio Fernando Abreu ocupa um merecido lugar entre os grandes nomes da literatura contemporânea. Filho de uma geração que sofreu com a ditadura militar, o escritor gaúcho, já reconhecido e premiado em vida, renasce atual e espontaneamente. Seja por seus admiradores que se multiplicam na internet, seja por adaptações, biografias e trabalhos acadêmicos, sua obra se torna cada vez mais relevante.

"um lugar bem quentinho" - Imagem: Felipe Delangelo/Divulgação

Considerado um fenômeno das redes sociais, Caio se tornou uma espécie de guru para uma legião de jovens admiradores. Muitos inclusive nem tinham nascido quando o autor nos deixou, aos 47 anos, vítima do HIV. Tamanho poder de atração não é difícil de entender. Ele escreveu de forma transgressora, carregada de afeto e confissões, e abordou temas universais, como solidão, morte e relacionamentos. Dessa forma, seu texto transcende o período em que viveu e escreveu.

Caio Fernando Abreu - Doces Memórias - Imagem: Felipe Delangelo/Divulgação

A exposição celebra, portanto, um escritor que nos convida a ir além do óbvio e do superficial. Como ele mesmo dizia: “Há sempre mais por trás. Que não te baste nunca uma aparência do real”.

Serviço: 
Caio Fernando Abreu - Doces Memórias
De 13 de setembro a 27 de outubro
Terça a domingo, das 9h às 18h30
Galeria Acervo - Museu Nacional do Conjunto Cultural da República
Setor Cultural Sul, Lote 2
Entrada gratuita

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