Risco Festival em São Paulo: expressões artísticas que dialogam com subjetividades sociais em risco

Entre os dias 6 e 16 de dezembro, São Paulo será palco da primeira edição do Risco Festival. São temáticas que dialogam com subjetividades sociais em risco, como gênero e sexualidade, corpos dissidentes, negritude, questão indígena, classe, infância, velhice e deficiência, em obras que propõem novos imaginários e possibilidades construtivas para estas questões. Tem apresentações e oficinas com artistas de diversos países. Confira os destaques!

Risco Festival - Imagem: Divulgação

O Risco Festival foi criado com a ideia de questionar qual a resposta da arte para os problemas do nosso tempo. Reúne dança, performance, música, poesia, artes visuais, quadrinhos, fotografia e cinema. Diversas expressões artísticas que se fundem e se complementam para provocar reflexões e sensibilizar plateias sobre a potência da produção artística em produzir imagens capazes de refletir e transformar a realidade a nossa volta.

Renata Carvalho, da peça "O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu" - Imagem: Divulgação

Na quinta, dia 6, a atriz Renata Carvalho, da peça "O Evangelho Segundo Jesus - Rainha do Céu", que sofreu diversas tentativas de censura, é uma das participantes do evento de estreia, "Risco em Processo". São quatro artistas convidadas a dialogarem com as temáticas do festival, corpo, pertencimento e redes afetivas, através da criação de quatro manifestos individuais. Além de Renata, as artistas convidadas são Estela Lapponi, Michelle Mattiuzzi e Val Souza. Será às 20h no Itaú Cultural.

Delfina Martinez - Imagem: Divulgação

No domingo, dia 9, a ativista trans e fotógrafa Delfina Martinez, coordenadora artística da Semana de Arte Trans (Montevidéu) e uma das lideranças que trabalharam pela aprovação da Lei Integral Trans no Uruguai, sancionada no último mês de outubro, participará da conversa "Arte, Ativismo e Política Pública". Ela contará sua trajetória pessoal e como ativista, bem como as intersecções entre os espaços de expressão e a luta por políticas públicas. Será às 20h no Aparelha Luzia.

Simone Harris - Imagem: Divulgação

Nesse mesmo dia e horário, tem a conversa com Simone Harris, consultora de indústrias culturais e criativas, dançarina profissional e ativista LGBT. Ela também é estrategista de turismo do Ministério do Turismo da Jamaica com 15 anos de experiência em artes, entretenimento e cultura. Apresentará seu trabalho "A Tribo", jornada fotográfica de uma lésbica jamaicana, rumo à autodescoberta e à construção de sua comunidade.

Família Stronger - Imagem: Divulgação

Na terça, dia 11, tem a apresentação multimídia do projeto Família Stronger, de Paulo Mendel e Vitor Grunvald. Trata-se de um projeto documental de narrativa transmídia sobre um coletivo LGBTQAI+ da periferia de São Paulo, no qual todxs xs membrxs assumem o mesmo sobrenome e relações de parentesco. O trabalho inclui uma árvore genealógica interativa, vídeo-retratos, e documentários de curta e longa metragem. Será às 18h no Instituto Tomie Ohtake com a presença dos dois artistas.

Brian Solomon - Imagem: Divulgação

Outro destaque do festival é a oficina de criação "Indigenização do Corpo", com Brian Solomon. Coreógrafo, bailarino e professor canadense, descendente do povo Anishnaabe, identifica-se como "two spirits" (dois espíritos) e pesquisa as possibilidades do corpo e a não-normatividade na dança. Com formação em balé e danças somáticas, seus espetáculos trabalham sobre a ancestralidade indígena através do resgate de uma memória gestual, em busca de uma "indigenização do corpo". Sua oficina será nos dias 10 e 11, das 10h às 17h, no CRD - Centro de Referência da Dança. No dia 12, às 12h30, haverá a "Dança no Vale", resultado da oficina que será apresentado como performance no Vale do Anhangabaú. O artista também apresentará o espetáculo "A transformação do pássaro Trovão I & II" no CRD nos dias 13 e 14 às 19h.

Teen Trans - Imagem: Leho

No dia 12 também tem o lançamento do mangá "Teen Trans – Heróis sem identidade secreta" dentro da exposição Quadrinhos do MIS - Museu da Imagem e do Som. O trabalho, do artista visual e ativista uruguaio Leho de Sosa, é um romance gráfico no formato mangá, criado com o intuito de visibilizar infâncias e adolescências dissidentes. O lançamento contará com a presença do autor e de duas personagens do mangá: a ativista e artista visual uruguaia Delfina Martinez e a poeta, cantora e ativista argentina Susy Shock. Será às 20h no MIS.

Marina Matheus, do show "Trava" - Imagem: Divulgação

E não poderia faltar música, com vários shows interessantes. No dia 12, às 21h, no Teatro de Contêiner, “Trava”, o show de estréia da multi-artista Marina Matheus como cantora, após passagens pelo teatro, dança contemporânea e cinema. Dia 13, às 20h, na Biblioteca Mário de Andrade, "Canções Sudacas", com Susy Shock, cantora, compositora, poeta e ativista travesti argentina, com atuação continuada há 30 anos. Nos dias 14 e 15, às 20h no Teatro Décio de Almeida Prado, "Música Dissidente", com Mariá Portugal e Maria Beraldo na primeira noite, e Paula Mirham e São Yantò na segunda.

Susy Shock, show "Canções Sudacas" - Imagem: Divulgação

Para reforçar a premissa do festival e a sua abrangência a diversos públicos, as atividades contarão com recursos de acessibilidade e entrada gratuita ou a preços populares. Para mais informações, incluindo a programação completa, acesse aqui o site oficial do evento.

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