Exposição "Histórias da sexualidade" no MASP

Se você for de São Paulo, ou visitar a cidade até o dia 14 de fevereiro, não pode perder a nova exposição do MASP, "Histórias da sexualidade", a partir desta sexta, 20 de outubro. São mais de 300 obras reunidas em torno de nove núcleos temáticos e não cronológicos: corpos nus, totemismos, religiosidades, performatividades de gênero, jogos sexuais, mercados sexuais, linguagens e voyeurismos, e políticas do corpo e ativismos. Pelos últimos, e tristes, acontecimentos no país, vai ser polêmica! Confira!

"São Sebastião na coluna", Pietro Perugino e ateliê (1500) - Imagem: Divulgação

O sexo é parte integral de nossa vida e, sem ele, sequer existiríamos. Por isso, a sexualidade tem desde sempre ocupado lugar central no imaginário coletivo e na produção artística. A exposição "Histórias da sexualidade" traz um recorte abrangente e diverso dessas produções. O objetivo é estimular um debate — urgente na atualidade —, cruzando temporalidades, geografias e meios. Episódios recentes ocorridos no Brasil e no mundo trouxeram à tona questões relativas à sexualidade e aos limites entre direitos individuais e liberdade de expressão, por meio de embates públicos, protestos e violentas manifestações nas mídias sociais. O MASP, um museu diverso, inclusivo e plural, tem por missão estabelecer, de maneira crítica e criativa, diálogos entre passado e presente, culturas e territórios, a partir das artes visuais.

"Hurry, hurry, someone is coming", Eisen (1830) - Imagem: Divulgação

Algumas obras de artistas centrais do acervo do MASP, como Edgard Degas, Maria Auxiliadora da Silva, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Suzanne Valadon e Victor Meirelles, são agora expostas em novos contextos, encontrando outras possibilidades de compreensão e leitura. Ao lado delas, uma seleção de trabalhos de diferentes formatos, períodos e territórios compõem histórias verdadeiramente múltiplas, que desafiam hierarquias e fronteiras entre tipologias e categorias de objetos da história da arte mais convencional, da arte pré-colombiana à arte moderna, da chamada arte popular à arte contemporânea, da arte sacra à arte conceitual, incluindo arte africana, asiática, europeia e das Américas, em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, fotocópias, vídeos, documentos, publicações, entre outros.

"Moema", Victor Meirelles (1866) - Imagem: Divulgação

Nessas histórias, não há verdades absolutas ou definitivas. As fronteiras do que é moralmente aceitável deslocam-se de tempos em tempos. Esculturas clássicas que são ícones da história da arte não poucas vezes tiveram o sexo encoberto. Também os costumes variam entre as culturas e civilizações. Em diversas nações europeias e comunidades indígenas, é natural a nudez exposta em lugares públicos; a poligamia é aceita em alguns países islâmicos; a prostituição é prática legal em alguns estados e condenada em outros; há países onde o aborto é livre mas há outros onde é proibido. Até mesmo o conceito de criança mudou ao longo do tempo, assim como as regras de especificação etária.

"I love to beat you", Dorothy Iannone (1969-70) - Imagem: Divulgação

"Histórias da sexualidade" tem curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias do MASP, Pablo León de la Barra, curador-adjunto de arte latino-americana do MASP e Camila Bechelany, curadora assistente do MASP. Devido a algumas obras apresentarem conteúdo com violência, sexo explícito e linguagem imprópria, a exposição terá classificação etária de 18 anos. Para mais informações, é só acessar aqui o site oficial do MASP.

Endereço:
Avenida Paulista, 1578, São Paulo

Horários:
Terça a domingo: 10h às 18h (bilheteria aberta até 17h30)
Quinta-feira: 10h às 20h (bilheteria até 19h30)
Segunda: Fechado

Valores:
INTEIRA: R$ 30,00
MEIA: R$ 15,00 (estudantes, professores e maiores de 60 anos)
Toda terça-feira a entrada é gratuita para todos.

Lista de artistas da exposição:
Act Up!, Adir Sodré, Adriana Varejão, Alair Gomes, Albino Braz, Aleta Valente, Alexandre da Cunha, Alice Neel, Almandrade, Álvaro Barrios, Ana Mendieta, Anita Malfatti, Anna Bella Geiger, Autorias desconhecidas, AVAF, Ayrson Heráclito, Balthus, Betty Tompkins, Bhupen Khakhar, Carlos Leppe, Carlos Martiel, Carlos Motta, Carlos Zéfiro, Carolee Schneeman, Chico Tabibuia, Cibelle Cavali Bastos, Cícero Dias, Cildo Meireles, Cláudia Andujar, Collier Schorr, Cristina Lucas, Dean Sameshima, Descartes Gadelha, Dias & Riedweg, Dorothy Iannone, Edgar Degas, Édouard Manet, Eduardo Costa, Eduardo Kac, Egon Schiele, Eisen, Eizan, Eliseu Visconti, Ellen Cantor, Erika Verzutti, Ernesto Neto, Flávio de Carvalho, Francis Bacon, Francisco Leopoldo e Silva, François Clouet, GALF—Grupo de Ação Lésbico Feminista, General Idea, Georgete Melhem, Giuseppe Campuzano, Glauco Mattoso, Graciela Iturbide, Hal Fischer, Hudinilson Jr., Hulda Gúzman, Iris Häussler, Jac Leirner, Javier Castro Rivera, J.A.D. Ingres, José Antonio da Silva, José Celestino da Silva, Juan Davila, Juca Martins, Kohei Yoshiyuki, Lasar Segall, Leda Catunda, Léon Ferrari, Leonilson, Leticia Parente, Lionel Wendt, Louise Bourgeois, Lynda Benglis, Lyz Parayzo, Madalena Schwartz, Marcelo Krasilcic, Márcia X, Maria Auxiliadora da Silva, María Galindo, Marta Minujin, Martha Wilson, Mickalene Thomas, Miguel Ángel Cárdenas, Miguel Angel Rojas, Miriam Cahn, Mirian Inêz da Silva, Moacir, Movimento de Arte Pornô, Mujeres Creando, Nahum B. Zenil, Nancy Spero, Nicolas Poussin, Pablo Picasso, Paul Gauguin, Paulo Bruscky, Paulo Pedro Leal, Paz Errázuriz, Pedro Lemebel, Philip-Lorca diCorcia, Pierre-Auguste Renoir, Pietro Perugino, Rafael França, Rafael RG, Regina Vater, Renato de Lima, Rivane Neuenschwander, Robert Mapplethorpe, Fabulosos Nobodies, Rosa Gauditano, Sergio Zevallos, Serigrafistas Queer, Suzanne Valadon, Teresa Margolles, Tracey Emin, Tracey Moffatt, Valie Export, Vania Toledo, Vicente do Rego Monteiro, Victor Meirelles, Virginia de Medeiros, Wolfgang Tillmans, Yeguas del Apocalipsis e Zoe Leonard.

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