Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade agita São Paulo

Entre os dias 15 e 26 de novembro, o 25° Festival Mix Brasil, maior evento cultural sobre diversidade sexual da América Latina, agita a capital paulista com 159 filmes de 34 países, além de teatro, música, conferência e encontros com profissionais do audiovisual. Com toda sua programação gratuita, o longa de abertura será o aclamado "Me chame pelo seu nome". Confira os destaques!

Me chame pelo seu nome - Imagem: Divulgação

Me chame pelo seu nome: este filme do diretor italiano Luca Guadagnino narra a história de Timothée Chalamet, um jovem estudante que vai passar o verão de 1983 na casa da sua família na Riviera italiana. Lá, além de viver os típicos momentos da adolescência, ele presencia a chegada de um acadêmico, amigo de seu pai. Os dois se aproximam e acabam se apaixonando loucamente. O filme, baseado no livro homônimo do egípcio André Aciman, foi um dos destaques do Festival do Rio e será lançado no Brasil apenas no dia 18 de janeiro de 2018.

God’s Own Country - Imagem: Divulgação

God’s Own Country: este filme do britânico Francis Lee conta a história de Johnny Saxby, que trabalha longas horas na fazenda remota da sua família, no norte da Inglaterra, completamente isolado. Ele entorpece a frustração diária da sua existência solitária bebendo consecutivamente no pub local e com sexo casual. Quando um belo trabalhador romeno chega para trabalhar temporariamente na fazenda da família, Johnny é obrigado a lidar com uma série de emoções que até então nunca tinha sentido. Forma-se uma relação intensa entre os dois que pode mudar a vida de Johnny para sempre. O filme abriu o festival Queer Lisboa esse ano.

Berenice Procura Imagem: Divulgação

Berenice Procura: neste filme brasileiro estrelado por Claudia Abreu, temos a história de Berenice, uma mulher dedicada ao trabalho de taxista no Rio de Janeiro. É consumida pela profissão e o pouco tempo que lhe sobra precisa ser dividido entre a criação do filho Thiago, um adolescente descobrindo sua sexualidade, e sua conturbada relação com o marido Domingos, repórter policial. As marcas do relacionamento desgastado, arruinado pelos rompantes violentos do marido, apagaram sua feminilidade e a levaram a um grande vazio existencial. O assassinato de Isabelle, uma linda transgênero, na praia de Copacabana, acende seu lado investigativo e transforma sua vida. No elenco temos também a querida Vera Holtz.

Aos teus olhos - Imagem: Divulgação

Aos teus olhos: neste filme brasileiro de Carolina Jabor, temos o grande Daniel de Oliveira interpretando Rubens, um professor de natação infantil acusado pelos pais de um aluno de beijar o filho deles na boca no vestiário do clube. Quando a acusação viraliza nas redes sociais e nos grupos de mensagens da escola, começa um julgamento precipitado sobre as ações e intenções de Rubens. Coincidentemente, em 2015, o diretor catalão Ventura Pons lançou um filme praticamente idêntico: O Vírus do Medo (El virus de la por). O filme foi premiado no Festival do Rio.

Tom of Finland - Imagem: Divulgação

Tom of Finland: este filme conta a história de um dos mais icônicos artistas homossexuais do século XX, Touko Laaksonen, mais conhecido como "Tom of Finland". Após o trauma de servir ao exército durante a Segunda Guerra Mundial, Touko não encontra paz nem mesmo em sua casa, onde convive com a angustia de esconder sua homossexualidade. À medida que seus segredos pessoais e a violência policial comprometem sua vida, Touko inspira-se nos uniformes que o oprimem para desenvolver desenhos explícitos de homens musculosos em situações sexualmente desinibidas que ficaram famosos mundialmente.

Conversa fiada - Imagem: Divulgação

Conversa fiada: Anu casou-se jovem, como era comum na década de 1970 em Taiwan, mas logo se divorciou de seu marido violento e criou suas duas filhas sozinha. Desde então, seus relacionamentos têm sido exclusivamente com mulheres que, como ela, ganham a vida como carpideiras. Dirigido por uma de suas filhas, este filme confronta Anu com perguntas que atormentam a diretora há anos e que colocam em questão um dos maiores tabus da cultura chinesa e da humanidade: o amor incondicional materno. Vencedor do Teddy de melhor documentário no Festival de Berlim 2017, o longa foi escolhido por Taiwan para representar o país na disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Thelma - Imagem: Divulgação

Thelma: a personagem que dá nome ao filme é uma jovem tímida que acaba de deixar a casa dos pais para estudar em Oslo, onde vive seu primeiro amor. Mas seu relacionamento é logo afetado pela intromissão opressiva de sua família, suas crenças religiosas fundamentalistas e sua habilidade única em afetar a vida de Thelma. Quando a jovem está chateada, coisas estranhas parecem acontecer. Os fenômenos sobrenaturais só aumentam, e ela descobre poderes que não consegue controlar. Enquanto busca respostas, seus pais severos e religiosos se preparam para o pior.

Os iniciados - Imagem: Divulgação

Os iniciados: neste filme sul-africano, temos a história de Xolani, um operário solitário que se ausenta do trabalho e viaja para as montanhas rurais com os homens de sua comunidade para ajudar nos rituais de Xhosa, a circuncisão de um grupo de adolescentes para que eles ingressem finalmente na vida adulta. Porém, quando um iniciante questionador descobre seu segredo mais bem guardado, um amor proibido, toda a existência do homem começa a ser revelada. O longa foi indicado pela África do Sul para concorrer a uma vaga na disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Os objetos amorosos - Imagem: Divulgação

Os objetos amorosos: neste filme espanhol de Adrián Silvestre ambientado em Roma, temos a história de Luz, que parte para a Itália em busca de um futuro melhor, deixando seu filho de dois anos de idade aos cuidados de sua família na Colômbia. Seu sonho europeu, todavia, começa a murchar quando ela se torna vítima de uma série de infortúnios. Ela assume seu novo status social e começa do zero trabalhando como faxineira. Inesperadamente, encontra Fran, uma pessoa tão extraordinária que a faz superar todos seus preconceitos. Juntos, eles decidem ser donos de suas próprias vidas: o mundo está à sua frente e Roma aos seus pés. O filme foi premiado em vários festivais, como o Lesgaicinemad e o Queer Lisboa.

Discreet Imagem: Divulgação

Discreet: depois de passar anos escondido e lutando contra seus demônios, um excêntrico andarilho retorna a casa onde cresceu e descobre que o homem que o abusou durante a infância - o responsável por todos os seus conflitos, angústias e dor - ainda está vivo. Fortalecido pelo tempo, experiências e reflexões vividas durante sua jornada, ele trama sua vingança. Enquanto isso, no rádio, um fluxo constante de slogans de direita brada contra tudo o que não é branco e heterossexual através do árido interior texano, escancarando a perigosa fragilidade masculina na América moderna. Este filme é do diretor estadunidense Travis Mathews, que, juntamente com James Franco, dirigiu Interior. Leather Bar.

A moça do calendário - Imagem: Divulgação

A moça do calendário: nesta produção brasileira de Helena Ignez, temos a história do ex-gari Inácio. Quarentão, casado e sem emprego fixo, trabalha como dublê de dançarino e mecânico da oficina Barato da Pesada, onde sonha com a Moça do Calendário. No filme, sonho e realidade se entrelaçam.

As misândricas Imagem: Divulgação

As misândricas: novo longa do polêmico diretor canadense Bruce LaBruce, conhecido por seus filmes com muito sexo e violência, como L.A. Zombie, com o astro pornô François Sagat. As misândricas é sobre um mundo utópico sem homens. Em algum lugar da Alemanha, um "exército de amantes" radical se prepara para sua revolução final. Mulheres estão discutindo, militando, menstruando, batalhando pelo declínio do patriarcado, aprendendo sobre reprodução assexuada e, claro, fazendo sexo. Repentinamente, um jovem e perdido soldado busca refúgio nesta espécie de convento feminista. Sua chegada desperta uma pergunta crucial entre as internas: é possível haver igualdade em um sistema corrupto? 

Queercore: How to punk a revolution - Imagem: Divulgação

Queercore: How to punk a revolution: o que fazer quando a comunidade à sua volta não é aquela que você deseja? Em meados dos anos 1980, Bruce LaBruce (diretor do filme As misândricas) e GB Jones, dois punks com então 20 anos, criaram um movimento conhecido como Homocore, que viria a ser chamado Queercore. Desiludidos com as demandas conformistas dos movimentos pelos direitos gays e com a agressividade do punk, eles decidiram criar sua própria revolução, direto de seus quartos. Essa teatralidade gay radical espalhou-se pelo cinema, música, zines, performances e pelo ativismo, tornando-se um movimento internacional de rebelião underground.

Alguma coisa assim - Imagem: Divulgação

Alguma coisa assim: neste filme brasileiro, Caio e Mari são dois jovens que vivem uma relação que vai além de qualquer definição. Ao longo de dez anos, a trama transita entre três momentos marcantes onde seus desejos entram em conflito e sua relação é posta à prova. O longa, desenvolvido a partir do curta homônimo de 2006, propõe uma reflexão sobre sexualidade, rótulos e como o tempo constrói e transforma os relacionamentos.

Milk: a voz da igualdade - Imagem: Divulgação

E o grande homenageado desta edição do festival é o cineasta americano Gus Van Sant. Ele vem ao Brasil para receber o troféu “Ícone Mix” pelo conjunto de sua obra e participará da abertura do 2ª MixLab SPCine. Van Sant ainda ganha uma retrospectiva com a exibição de importantes títulos de sua cinematografia, como seu primeiro longa, Mala noche (1985), Garotos de programa (1991), Até as vaqueiras ficam tristes (1993), Um sonho sem limites (1995), Elefante (2003) e Milk: a voz da igualdade (2008).

Processo de Conscerto do Desejo - Imagem: Divulgação

Diversas atrações que envolvem teatro, dança, músicas e novos talentos completam a programação do Festival Mix Brasil. O “Dramática em Cena” traz os espetáculos Processo de Conscerto do Desejo, dirigida e protagonizada por Matheus Nachtergaele, Rituals for Change, performance ao vivo que explora mudanças, transição de gênero e identidade trans, e Desmesura, terceiro espetáculo do Teatro Kunyn inspirado livremente na vida do dramaturgo argentino Raul Taborda Damonte, o Copi.

3ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] & Mix Brasil - Imagem: Divulgação

A 3ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] & Mix Brasil traz atrações nacionais e internacionais com foco no combate à violência e nas questões que envolvem a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, queer, intersexo e assexuais (LGBTQIA+). Entre os convidados confirmados, está a participação do sociólogo francês Sam Bourcier, a performer norte americana Twiggy Pucci Garçom, a ativista trans e educadora inglesa Emma Frankland, a escritora brasileira Natalia Borges Polesso, a YouTuber Helen Ramos do canal Hel Mother, entre outros.

Liniker e os Caramelows - Imagem: Leila Penteado/Divulgação

O Festival terá sua abertura no dia 15 de novembro com o show de Liniker e os Caramelows às 16h na plateia externa do Auditório Ibirapuera. O grupo apresenta ao público as músicas que compõe o disco Remonta, como “BoxÔke”, “Tua”, “Sem Nome, mas com Endereço” e “Ralador de Pia”. Além dos hits clássicos do bombástico EP “Cru“, como “Caeu”, “Zero” e “Louise du Brésil”, que entram no show devidamente “remontados”, como sugere o disco.

25º Festival Mix Brasil - Imagem: Divulgação

Para conferir a programação completa e obter mais informações sobre o Festival, incluindo locais e horários, é só acessar aqui o site oficial ou aqui a página no Facebook! E divirta-se! ;)

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